Isso mesmo, o título desse artigo não é sobre a Pandemia, que está causando um imenso impacto no Mundo mas todos estão trabalhando para vencê-la, e assim será.
Vamos falar sobre males invisíveis, que não geram morte de imediato, mas comprometem bem estar, felicidade e produtividade das pessoas.
Com o sucesso das vacinas, dos antibióticos, das cirurgias e anestesias, dos quimioterápicos e dos remédios para Diabetes e Hipertensão, todas conquistas plenas do século XX, mais do que dobramos a expectativa de vida dos nossos bisavôs e tatarovôs.
Até 100 anos atrás, a média de vida das pessoas não passava de 30 ou 40 anos. Hoje, você leitor, fique feliz: experimentará a maravilhosa experiência da vida por 100 anos.
Tratamos de quase tudo, com os avanços da Medicina, da Engenharia, do Saneamento Básico e das boas Políticas Públicas de Saúde.
Em contrapartida a esse sucesso e a quantidade de conhecimento e de conforto, cada vez mais as pessoas declaram-se infelizes. Vivemos a época em que o ser humano pode tudo, mas quer mais. Não nos realizamos com o que somos e com o que temos. Sentimos falta do inacessível, como se já tivesse sido nosso.
Esse inconformismo da humanidade levou ao contínuo crescimento que experimentamos, mas hoje causa muita dor e angústia.
Quem não se enxerga nessas palavras? A esses fenômenos nós, Médicos, fazemos diagnósticos de alterações da Saúde Mental, sendo os mais populares a Ansiedade e a Depressão, propondo terapias, medicações e um arsenal de soluções em busca do bem-estar das pessoas.
Ouso dizer que a maioria dos casos não são de doença típica, mas de ocasiões em que o comportamento é ansioso ou entristecido, sem ser doença de fato.
Há situações extremas que podem desencadear ansiedade e depressão, por exemplo quando mudamos de casa, casamos, mudamos de emprego, há morte em familiares, a própria pandemia e suas consequências, nascimento de filhos ou outra situação, mesmo quando considerada boa, mas que gera angústia e insegurança.
Nesses casos é muito importante o autoconhecimento, a serenidade e aquilo que chamamos de inteligência emocional, que de forma bem simples é a capacidade de lidar com as emoções (raiva, alegria, medo, etc) de forma a nos adaptarmos às realidades do dia a dia, conseguindo não gerar sofrimento. Dessa forma, naturalmente, há a superação daquela fase mais difícil que a pessoa está passando.
Há situações que, evidentemente, a pessoa precisa de suporte médico e psicológico, pois tem uma doença bioquímica cerebral. Falamos de situações de ansiedade e estresse crônico, gerando sofrimento para a pessoa e para seus próximos. Há também a depressão de fato, que geralmente não tem motivos bem definidos e há até pensamentos suicidas. Tais casos devem ser tratados e acompanhados bem de perto por profissionais de saúde.
Por uma feliz circunstância, os casos graves são bem mais raros que as dificuldades motivadas por situações pontuais da vida.
Estamos em uma triste Pandemia que vai passar com as vacinas, e o que ficará será mais complicações em saúde mental, devido à crise econômica atual e futura e a dor de quem teve familiares e amigos vítimas da COVID-19.
Por isso a sua melhor performance, baseada nos pilares saúde, produtividade e inteligência emocional é cada vez mais importante.
A proposta dessa leitura é que você se olhe e se conheça, reflita. E pense em boas estratégias para sair de um sofrimento em busca de bons momentos de vida, com planos e propósitos. Pode ou não ter ajuda especializada, mas é uma tarefa de todos nós: Viver com prazer, neste espaço de tempo tão pequeno entre o nascimento e a morte. É possível!!!
Autor: Dr Marco Cantero, CREMESP 69556
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